sexta-feira, 9 de julho de 2010

Herança.

Deixo o desespero descrito em atos insanos,
fatos sem afirmações.


Uma boca suja
velha e calada
na escuridão.


Um amor esdrúxulo.
quase nenhum amigo.


A covardia rente a coragem
de um dia ter existido.


Palavras,
lavas de amor
e amargura.


Lágrimas cruas
pura
solidão
exposta
nos rostos
(s)em
respostas
impostas
nos gestos
nas ruas...


Deixo o desprezo,
o despreparo
para o inato,
o raso,
o claro.


A omissão,
a abjeção
a força perdida
nas investidas
para alcançar
algo próximo
à paz sem acréssimos.


O tempo existido.
O pedido negado.


O desejo reprimido,
a dor enfurecida,
a aurora enclausurada.


E para os tolos,
a inexistência
da plena flexlicidade.


Deixo os frutos
que colhi,
verdes,
podres,
remetidos,
esquecidos,
destruídos,
carbonizados.


Um corpo
insalubre
livre
de um
espírito
perturbado.


E por fim,
deixo o acaso
como testemunha
omissa
do meu fracasso.


AnnaLee

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