quinta-feira, 12 de março de 2009

Eu gosto de ter o meu corpo aconchegantemnte abraçado pelos braços deste corpo que ele diz ter sido uma dia abduzido, clonado e devolvido à Terra usando a vida mundana do seu outro Eu que agora vive no lugar dele, lá em Júpiter.
(Por que todos os loucos que dizem pertencer a outro planeta, sempre se dizem vindos de Júpiter? Lembram-se de Júpiter Maçã? Ouvi vários destes lunáticos dizerem ser de lá, de Júpiter. Por que não da Lua? Ou seja, um ser humano aparentemente normal, em dado momento da sua normalíssima vida, sem que nunca tenha usado alucinógenos - como benzina, por exemplo - em toda a sua vida, de repente, sem quê e nem pra quê onde, vê-se abduzido, levado para uma nave dentro de um imediato e irreversível contato, é clonado, e, enquanto o seu clone toma seu lugar na Terra, ele, o cidadão comum, carnívoro, sem hipotecas, cumpridor do seu dever, passivo - apesar de carnívoro - é levado para Júpiter e descobre que só lá é que suco de laranja pode ser tão alucinógeno quanto benzina. Enfim.)

Talvez seja realmente por isso que me sinto tão confortavelmente bem e à vontade com ele, porque ele pode até ter vindo de Júpiter, para mim, que não sei de onde vim, ele é uma feliz companhia.
Feliz companhia porque ele não me quer o suficiente para me querer como companheira.
Pena.
Mesmo.


(Júpiter, agora mais completo)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Carta.

Quantas de mim ainda irão resistir?
Não vês que as estou exterminando uma a uma
Porque nenhuma delas parece chegar a ti?
E como queres que eu alimente sonhos que se dissipam
Em pesadelos, como um grande monstro a tudo engolir?
Eu me reinvento apenas para ti.
Eu tentei outro sonho, me mostrar reinventada para outro ser,
Mas algo mais concreto que o sonho, está a me impedir, então eu desisti.
Em solo sou eu mesma, e fica difícil seguir... Sonhando.
Pelas ruas do mundo tu andas solto em asas de neon, horizontes verdes, em linhas sobre Cronos, que dizem do teu ir e vir, e eu cega, ainda te sigo, sem nem mais sequer querer sonhar.
Eu te reinventei só pra mim. Dei-te nomes a partir de ti, refletido aqui e ali, em cores e estampas... Imagens imantadas...
E também fui abolindo todos eles do cativeiro do meu sonho.
Eu não quero sonhar mais, é penoso quando se tem que acordar para dentro de uma realidade sã e aceitável.
Tudo me parece loucura unicamente minha. E isso dói, ainda.
Então não há como sustentar o sonhar em acreditar que um dia tudo venha a se esclarecer.
Sonhar? Para quê?
Para continuar eu, imersa na loucura de querer um dia de perto te ver?
E há ainda o grande medo que sinto de te ver e imediatamente, te perder, para sempre...
Ando insone, querido, e sonhar acordada está se tornando algo ainda mais tortuoso e impossível.

Então vou perdendo uma a uma, cada uma de mim que reinventei para ter como dizer meu sonho de um dia chegar a ti... Sem te perder, nunca...

terça-feira, 10 de março de 2009

Sarro

Queria te ver entrando num café, bacana.
todo bancando o "out" para mim.
Logo para mim,
que sempre acho "in" -quase- tudo o que de ti emana...
Bacana.
és um rapaz bacana,
até mesmo quando estabanado,
se sai todo embananado,
quando vê que não me engana,
e mesmo com esse olhar sacana,
sim, és um rapaz bacana.
Pois é...
se eu pudesse escolher o lugar
para te ver entrar,
assim, todo "out"... pois sim...
eu juro, eu te pagaria um café bacana,
pra te ver sem gana,
de ficar "out" e não "in"
so porque ta perto de mim.


Rute.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Pequena volta...

Nosso amor virtual,
meu amor despudorado,
a história deste casal,
EU e VOCÊ
fogo e água,
sol e sal,
cinzas e carnaval,
real, real, real, real...
dentro de uma casa de shows
uma sodoma e gomorra
dentro de um salão,
corpos, peitos, bocas, mãos...
estranhos, desconhecidos,
correndo perigo,
bebendo aflição,
ciúmes, ira e tesão.
tudo materializado no ar...
eu vestida de negro,
máscara na cara,
eu vestida para vivenciar,
de mim para você,
eu travestida de Teda Bara,
eu, Rainha de Sabá,
como queira, meu amor,
eu quero lhe dar,
um roteiro inteiro,
para você (re)nascer,
e nos escrever,
esse nosso romance "noir".


(saudades, da Rita)

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