domingo, 12 de outubro de 2008

As imagens estao ali impressas,
presas insuspeitas a espreita.
Ela sequer o olhar lhes deita,
ela sequer se aproxima.
Ela as sente resguardadas umas sobre as outras,
sobrepostas sobre sobras
de tudo o que ainda nao calou.
Vem a vontade arrastando-se lenta
sobre uma insana saudade,
entao, por que nao as destruir?
Talvez porque saiba fortemente
que a dor causada pelo gesto,
de fato, de nada valeria.
por saber que ainda alem da covardia,
ela mais uma vez se entregaria a seducao daquelas imagens,
e novamente as imprimiria,
e sofreria a dor de ver-se tao fraca e tao piedosa de si mesmo.
E assim as imagens impressas ficarao sob espreita
ate que ela sinta
que sem mais suspeitas,
ela se entregue ao fim,
e nenhuma dor possa surgir,
quando ela ja refeita,
puder rever essas imagens insuspeitas,
sem mais sonhar, ou chorar,
e ate sorrir por nada mais sentir.

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