sábado, 20 de fevereiro de 2010

O Coiote

Agora vejo um Coiote
Camuflando-se
Entre folhagens sintéticas.
Olhar ressabiado
Sobrepondo-o sobre
cercas e lentes de atenção!
Os seus vinte e nove dentes
Afiados e escondidos
Esperando a hora
Do recuo e da reação.
Vi medo em seu coração.
O Coiote bebe leite
Na sua falta de inspiração
Como saborosa refeição.
E não consegue domar
Seu desassossegado
E já bem marcado
coração.
Seu...
Coração...
Pulsando...
Entoando...
Acelerando...
Debatendo...
Ecoando...
Escorrendo...
Desacelerando...
Percebendo
A perigosa
Aproximação
Um suave sopro íntimo
Lhe causando inquietação.
Agora eu vejo um coiote
Cortando o verde
De folhagens sintéticas
Em uivos de saudades
Como pegadas... E mais pegadas...
Das suas silencioas patas cibernéticas.


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