sexta-feira, 12 de junho de 2009

Fragmento de dia

Por volta da meia-noite meus olhos ainda estavam secos e tristes.
Acho que é essa nova visão que estou tendo de tudo e por mim.
Quanto mais as historias se esclarecem, mais aumenta uma densa escuridão.
Sonho olhos e penso com as mãos.
Estou no meu canto, quando fecho a minha porta me sinto fora daqui.
E tudo se estabiliza, e apesar do frio, tudo é bom, nada me martiriza.
A vida segue em estio, mas ainda trago sementes germinadas na memória.
E mesmo tão pequena, tenho tanta historia...
Um piano me traz Paris em noturno mergulho jazzístico que encantou Cortaza.
Meu café esta frio, e eu sou uma gata aninhada em zelo sobre o xadrez vermelho, almofadas, aquecida em blue e sangue, lambendo minhas pequenas impurezas. Quero-me asseada de dentro e por fora, e se a demanda é um engasgo, enrosco tudo em apelo, e cuspo uma esfera salivada.
Eu ando elegante, e as pessoas apenas percebem surpresas, que estou acima do que elas entendem por pobreza.
Para mim o conflito é apenas o efeito que esse desafio diário de deixa-las em diária perplexidade, inflando-me de coragem, me causando o prazer da vaidade.
(Sem modéstia, essa vestimenta hipócrita para uma fingida simplicidade).

{Dentro do Houaiss estava aquela tua mão, quase querendo segurar a
De.cên.cia sf. 1.conformidade com padrões morais 2.respeitabilidade 3.recato – decente adj.2g

Então eu me perdi por ali...}

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